quinta-feira, 16 de julho de 2009

Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar

Mensagem da Coordenação aos aspirantes da preservação do meio-ambiente, em busca da formação de pessoas mais conscientes, colaboradoras e sensíveis às necessidades sociais, da natureza e do planeta como um todo.

A consciência ecológica passa por inúmeros processos de reavaliação sobre o ambiente que estamos vivemos e o que queremos para o futuro.

Os hábitos de vida que levamos hoje devem ser revistos em prol da sustentabilidade não só do planeta, mas também, do ser humano. Inclusive, o problema do desequilíbrio ecológico afetará muito mais as pessoas do que o planeta em si, que, com o tempo, se recuperará.

A ordem dos fatores altera o resultado final.

REPENSAR agora é fundamental para que não cheguemos à etapa final que é reciclar. Ao repensar podemos concluir que muitas das coisas que consumimos, na verdade, não precisavam ser consumidas. Embalagens, por exemplo. Muitos dos produtos que compramos não precisariam estar envolvidos com plásticos, papéis, alumínio e outros embrulhos que desgastam a natureza em várias matérias primas de difícil reposição. Repare que em muitos mercados frutas e verduras são embaladas com filmes plásticos e bandeja de isopor que sempre jogamos fora logo que chegamos em casa. As sacolas de plástico, aparentemente necessárias para as compras de supermercado e que tanto poluem, podem ser substituídas por sacolas mais resistentes de tecido ou mesmo plástico reciclado.

Antigamente, as famílias iam às mercearias comprar arroz, feijão e farinha direto de um grande cesto. Compravam exatamente a quantidade que queriam e não pagavam pela embalagem. Hoje, pagamos pela embalagem e não só custo dela, mas também, o custo da degradação da natureza, tanto para fazer o plástico, como também, para nos desfazermos dele. Ou seja, pagamos muito por absolutamente nada.

Com a chegada dos grandes supermercados a velha e econômica compra na vendinha da esquina foi perdendo força para competir com os preços cada vez mais baixos dos grandes concorrentes. O tempo foi passando e a economia de escala ganhou um enorme espaço oferecendo vantagens nos preços que praticamente nos fez esquecer das pequenas mercearias.

Repensar os grandes supermercados e seus pequeninos preços é importante. Existe um custo alto sendo pago para termos preços tão reduzidos em relação às pequenas mercearias. Isso está relacionado à indústria alimentícia que produz em grandes quantidades, utilizando de métodos prejudiciais à qualidade do alimento que, hoje, levam enormes quantidades de agrotóxicos e hormônios que podem, inclusive, provocar o câncer no ser humano.

A pequena mercearia sempre privilegiou o pequeno produtor. Aquele que plantava para si e vendia a sobra. E sempre tinha um produto de boa qualidade porque ele mesmo era o primeiro consumidor. Esse modo de comercializar os alimentos ajudava a proporcionar uma riqueza mais horizontal nas cidades nas quais havia uma melhor distribuição do dinheiro. Hoje, as grandes indústrias de alimentos é que dominam o comércio agrícola e ajudam a verticalizar a riqueza onde poucos ganham muito. Por isso repense em que tipo de comércio você vai fazer a sua próxima compra.

No campo energético não é diferente. O combustível verde, o álcool, sempre foi o ouro que o Brasil não conseguiu enxergar há mais de 4 décadas. Muito menos poluente, era o que poderia ajudar a distribuir a riqueza nos municípios de todo o Brasil. Veja, quando consumimos gasolina, o lucro obtido nessa operação é quase que totalmente verticalizado às empresas distribuidoras de petróleo. Ou seja, Petrobrás e Cias.

No entanto, se tivéssemos centenas de milhares de pequenas usinas de álcool espalhadas pelo Brasil, além do dinheiro permanecer nas cidades de um modo muito mais equilibrado, mais distribuído, estaríamos ajudando os pequenos produtores a se manterem com dinheiro no campo e, também, no desenvolvimento da agricultura familiar como já podemos verificar na produção de óleos diversos para a produção de biodiesel.

O problema é que álcool nunca foi o negócio das companhias de petróleo, sendo forçosamente mantido de lado por décadas. É muito fácil de explicar a preferência do estado que, até hoje, foi predominantemente pela gasolina. O caso é que a riqueza radicalmente verticalizada onde praticamente o dinheiro de consumo de combustíveis de todas as cidades brasileiras pára nas mãos da Petrobrás, mantém o estado na condição de fazer uso desse lucro na hora que bem entender por conta da grande capacidade de liquidez da companhia. O que na produção de álcool municipalizada inviabilizaria tamanha facilidade de arrecadar recursos. Por isso repense sobre qual combustível você quer colocar em seu veículo. O que mantém o lucro em poucas mãos ou que ajuda a distribuir riquezas.

Outra curiosidade que não pode deixar de ser registrada é que na agropecuária gastamos uma fortuna para engordar o gado. Ao prepararmos o alimento para o consumo, retiramos a gordura que tanto dinheiro custou.

Os métodos de criação de gado, na maioria, estão equivocados. Existem meios de produzir o gado magro, mais saudável, em áreas infinitamente menores e melhorando a capacidade de produção agrícola do solo onde a criação foi feita. Ao contrário do que ocorre hoje na maior parte do planeta.

REDUZIR o consumo pouco a pouco poderá ser uma saída para entendermos que não precisamos de determinados produtos que muito contribuem para o desequilíbrio do planeta. Por exemplo, ir substituindo o refrigerante por sucos naturais ajuda a diminuir o uso de plástico tanto nas embalagens quanto nos copos muito usados nas lojas de fast-food.

Pensar no que é melhor para todos e para o planeta é um exercício importante e que deve ser feito a todos os instantes. Motive-se a cuidar do todo, as próximas gerações precisam não só de um planeta equilibrado, mas também, do exemplo de seus pais e avós.

REUTILIZAR produtos ao máximo possível, também ajuda a reduzir matérias primas que podem fazer muita falta no futuro. Na hora de comprar madeiras, por exemplo, prefira aquelas que receberam um tratamento especial após terem vindos de demolições. Normalmente elas são produtos nobres e por serem antigas já estão bem maturadas, por isso são capazes de resistir ao empeno e à degradação natural (causadas pelo clima), muito comum em madeiras mais jovens. Também, as madeiras industriais advindas de reflorestamento devem ter a preferência para a compra.

RECICLAR é o fim da linha. Fase na qual a maior parte dos preocupados com o planeta utilizam as suas inteligências buscando meios de amenizar os estragos feitos pela produção dos mais diversos produtos. Por isso, inclusive, nasceu o "eu amo reciclar" para que as idéias dos engajados na questão possam fluir e prosperar nos mais diversos lugares.

Quando não nos atentamos para frear o consumo lá no início, dentro de uma loja ou uma lanchonete, as chances de dar de cara com a necessidade de reciclar são bem maiores. Principalmente nos dias de hoje, época em que a natureza se apresenta implacável e vem anunciando claramente que precisamos repensar nossos usos e costumes ainda impulsivos e inconseqüentes.

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